LUTA PELA TERRA
Indígenas da etnia guarani-kaiowá invadiram o distrito de
campestre e fazendas da região. Conforme o Cimi (Conselho Indigenista
Missionário), os índios já ergueram acampamentos nas fazendas Primavera, Pedro,
Fronteira, Barra e Soberania. “Restam apenas duas para Ñanderu Marangatu ser
ocupada na íntegra pelos indígenas. Os guarani-kaiowá exigem do governo a
presença da Força Nacional na região”, afirma o órgão. As fazendas pertencem ao
ex-prefeito de Antônio João, Dácio Queiroz Silva e seus irmãos. Em nota publicada em seu site, o órgão ligado à igreja
católica afirma que das fazendas que formam os 9.700 hectares da área apontada
como terra indígena, faltam apenas duas propriedades para serem “retomadas”.
A reserva dos guarani-kaiowá em
Antonio João foi homologada em 2005 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da
Silva depois de duas décadas de luta entre índios e fazendeiros. Naquele mesmo
ano, no entanto, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a homologação e o
caso está parado há uma década.
Com a Força Nacional e o DOF
(Departamento de Operações de Fronteira), os fazendeiros ligados ao Sindicato
Rural de Antonio João se uniram e retomaram, no final da manhã do dia 29 ago 15,
a posse de uma das fazendas ocupadas pelos índios Guarani e Kaiowa na
semana anterior.
O Governo Federal determinou o envio de tropas do Exército
Brasileiro para as fazendas na região, depois que os fazendeiros conseguiram
reaver duas das seis propriedades retomadas pelos indígenas. Durante o
confronto, o indígena Kaiowá Guarani Semião Fernandes Vilhalva, 24 anos, foi
encontrado morto com tiro na cabeça.
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