Na tarde de ontem (10 de dezembro de 2024), a Praça Ary Coelho, localizada no centro de Campo Grande, MS, foi palco de uma manifestação de trabalhadores e trabalhadores em defesa dos direitos trabalhistas. O foco da manifestação foi o modelo de escala 6x1, que exige que os empregados trabalhem seis dias consecutivos seguidos de um único dia de folga. Os manifestantes denunciaram as condições desumanas e as consequências desse sistema para a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores.
A escala 6x1, cada vez mais comum em diversos setores da economia, foi apontada como uma prática que prejudica profundamente os trabalhadores. A principal queixa é a sobrecarga de trabalho, já que o funcionário tem que cumprir uma jornada intensa e, muitas vezes, não consegue se recuperar adequadamente durante o único dia de descanso. Para os manifestantes, essa escala gera um ciclo constante de exaustão e afeta a saúde física e mental dos trabalhadores.
Os organizadores da manifestação destacaram que, apesar da crescente exploração da mão de obra, os direitos dos trabalhadores continuam sendo negligenciados. Eles argumentaram que, embora a legislação brasileira garanta direitos fundamentais, como o descanso semanal remunerado e o limite da jornada de trabalho, muitos patrões têm adotado práticas como a escala 6x1 para aumentar a produtividade, sem considerar o bem-estar dos empregados.
A manifestação atraiu um número significativo de trabalhadores de diversas áreas, especialmente de setores como comércio, saúde e transporte. Também estavam presentes representantes de sindicatos e movimentos sociais que expressaram solidariedade à causa e defenderam que as empresas adotem políticas mais humanas, respeitando o descanso adequado e as condições de trabalho dignas.
Durante o protesto, foram realizadas falas de líderes sindicais, que ressaltaram a importância da luta por melhores condições de trabalho e de descanso. Eles ressaltaram que, além do impacto físico da sobrecarga, o modelo 6x1 também afeta a vida social e familiar dos trabalhadores, que não têm tempo suficiente para se dedicar aos seus entes queridos ou para atividades de lazer e recuperação.
Um dos pontos centrais da manifestação foi a cobrança por parte dos trabalhadores para que o governo e as empresas respeitem os acordos e as leis que regulam as jornadas de trabalho. Os participantes da manifestação pediram a revisão de acordos coletivos que permitem a adoção da escala 6x1, alegando que esses acordos não podem prejudicar a saúde e a dignidade dos trabalhadores em nome de maior lucro para as empresas.
Os manifestantes também enfatizaram que o movimento é uma defesa não apenas de um descanso semanal adequado, mas também de uma forma de organização do trabalho que respeite os direitos humanos e as condições mínimas de segurança e saúde. A mobilização, que se deu de forma pacífica, teve o apoio de diversos setores da sociedade que reconhecem a importância da proteção dos direitos trabalhistas como um pilar da justiça social.
Ao final da manifestação, os organizadores destacaram que a luta está longe de terminar e que a mobilização deve continuar até que o modelo de escala 6x1 seja revisto em todo o Brasil. Eles reforçaram a ideia de que a união entre os trabalhadores é essencial para a construção de um futuro com melhores condições de trabalho, mais respeito aos direitos conquistados e maior dignidade no exercício profissional.
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