quarta-feira, 15 de outubro de 2025

VOCÊ SABE O QUE É O BANCO VERMELHO?

 

O Banco Vermelho é mais do que uma peça de mobiliário urbano. É um memorial silencioso e, ao mesmo tempo, um grito visual contra a violência de gênero. Instalado em praças, prédios públicos, universidades e locais de grande circulação, o banco pintado de vermelho carrega um propósito nobre: lembrar as vítimas de feminicídio e alertar a sociedade sobre a urgência do combate à violência contra as mulheres.

A origem do movimento remonta à Itália, em 2016, quando o projeto La Panchina Rossa (O Banco Vermelho) foi criado como uma forma de sensibilizar a população sobre o número crescente de mulheres mortas por seus companheiros ou ex-companheiros. A ideia se espalhou rapidamente por outros países, tornando-se um símbolo universal de luta e memória. No Brasil, o movimento ganhou força graças às pernambucanas Andrea Rodrigues e Paula Limongi, que trouxeram o projeto para o país e criaram o Instituto Banco Vermelho.

O simbolismo da cor vermelha é profundo e perturbador. Representa o sangue derramado, a dor e o silêncio imposto às mulheres vítimas de violência doméstica e feminicídio. Ao mesmo tempo, o vermelho também é a cor da força, da coragem e da transformação, evocando a esperança de uma sociedade mais justa e igualitária. Assim, cada banco pintado se torna um lembrete permanente de que a violência contra a mulher não pode ser normalizada nem esquecida.

No Brasil, o movimento ganhou ainda mais visibilidade em 2024, com a aprovação da Lei nº 14.942/2024, que instituiu oficialmente o Banco Vermelho como instrumento de conscientização e memorial público. A lei autoriza a instalação desses bancos em espaços públicos, acompanhados de mensagens educativas e informações sobre canais de denúncia, como o Disque 180, o principal canal nacional de atendimento a mulheres em situação de violência.

Essas instalações também se conectam à campanha Agosto Lilás, mês dedicado ao enfrentamento da violência doméstica e familiar. Ao unir arte, mobilização social e política pública, o Banco Vermelho transforma o espaço urbano em um território de empatia e educação, despertando em quem passa a responsabilidade coletiva de combater o machismo e proteger vidas.

Em muitas cidades brasileiras, os bancos trazem frases marcantes, como “Em memória de todas as mulheres assassinadas pelo machismo” ou “O silêncio mata”. Alguns possuem QR codes que direcionam o público a sites de apoio, legislação e serviços especializados. É uma ação simples, mas de grande impacto simbólico, que transforma o cotidiano em um lembrete visual da luta por respeito e igualdade.

Mais do que uma homenagem, o Banco Vermelho é um convite à reflexão. Ele nos faz pensar sobre o papel de cada pessoa na construção de um ambiente seguro para mulheres e meninas — dentro de casa, nas ruas, no trabalho e em todos os espaços sociais. Cada banco é um ponto de memória coletiva, onde a ausência de uma voz se transforma em presença, e a dor se converte em mobilização.

Em tempos em que os índices de feminicídio ainda assustam, o Banco Vermelho se afirma como uma iniciativa essencial. Ele une o poder simbólico da arte pública à necessidade urgente de mudança cultural. E, enquanto houver uma mulher em risco, o vermelho continuará a brilhar nas praças do país lembrando a todos que nenhuma vida deve ser perdida para o machismo.

Em Campo Grande o Banco Vermelho recebeu uma homenagem especial: ele foi instalado no MPT-MS em memória de Vanessa Ricarte, jornalista servidora assassinada. Esse ato, identificado pela hashtag #JustiçaPorVanessa, reuniu colegas, parentes e a comunidade, que vestiu preto como expressão de luto e apelo por justiça. Como parte desse movimento, foi aprovado na Câmara Municipal o Projeto de Lei nº 12.069/2025, que institui o Programa Banco Vermelho no município de forma permanente, tornando o símbolo mais do que gesto,  uma política pública constante de alerta, conscientização e combate à violência de gênero.

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

A MORENA TA FITNESS

     A Corrida do Pantanal 2025 tomou conta das ruas da Cidade Morena no último fim de semana e transformou Campo Grande em um verdadeiro palco de energia, emoção e superação. Milhares de atletas, desde corredores profissionais até famílias inteiras, participaram das provas de 5 km, 10 km e 21 km, além das categorias caminhada e corrida infantil. O evento, que já é tradição no calendário esportivo sul-mato-grossense, reafirmou seu lugar como uma das maiores corridas de rua do Centro-Oeste.

    Logo nas primeiras horas da manhã, a Cidade Morena despertou ao som das passadas e aplausos. A largada principal da meia-maratona, com percurso de 21 km, aconteceu por volta das 5h30 e percorreu alguns dos cartões-postais mais bonitos da capital, como a Avenida Afonso Pena, o Parque dos Poderes e o Parque das Nações Indígenas. O clima de confraternização tomou conta das ruas, mesmo com o sol forte e as subidas desafiadoras que testaram a resistência dos competidores. A torcida da Cidade Morena vibrou com cada chegada, transformando o evento em uma grande celebração esportiva.

    Mas a Corrida do Pantanal não foi apenas sobre competição. Histórias de superação, amizade e amor pelo esporte emocionaram o público. Casais e famílias correram juntos, pais incentivaram filhos e amigos ajudaram uns aos outros durante o percurso. Em um dos momentos mais marcantes, um pai exausto ouviu o grito do filho “bora, pai!” e encontrou forças para cruzar a linha de chegada sob aplausos, reforçando o caráter festivo e inclusivo do evento. A alegria estampada nos rostos dos corredores e espectadores provou que a Corrida do Pantanal é muito mais que uma prova é uma experiência coletiva de celebração e pertencimento.

    Com mais de 25 mil participantes, a Corrida do Pantanal 2025 mostrou que a Cidade Morena é, sim, um dos grandes centros do esporte nacional. Entre suor, emoção e paisagens encantadoras, Campo Grande mais uma vez deu exemplo de organização e hospitalidade. A corrida foi, acima de tudo, um símbolo da força da comunidade e da paixão do povo sul-mato-grossense pelo movimento e pela vida ao ar livre.

 

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

BIENAL DO LIVRO EM CG

De 4 a 12 de outubro de 2025, o coração do Pantanal se transforma em um grande ponto de encontro da literatura, da arte e da cultura. A capital sul-mato-grossense vai sediar a  Bienal do Livro de Mato Grosso do Sul, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, no Parque dos Poderes, em Campo Grande (MS).

Com entrada gratuita, a Bienal promete ser o maior evento literário já realizado no estado, reunindo editoras, escritores, artistas, educadores e o público leitor em nove dias de intensa programação.

📚 Um festival de livros e ideias

Mais de 200 editoras estarão presentes, com cerca de 20 mil títulos disponíveis e 70 toneladas de livros prontos para encantar leitores de todas as idades. Além das vendas e lançamentos, o evento oferece oficinas, palestras, debates, mostras de cinema, exposições e apresentações culturais, fortalecendo a cena literária e criativa do Mato Grosso do Sul.

✍️ Homenagem a Manoel de Barros

A primeira Bienal presta uma homenagem especial ao poeta Manoel de Barros, um dos maiores nomes da literatura brasileira, cuja obra traduz a essência do Pantanal e o poder poético das pequenas coisas. O evento celebra sua linguagem inventiva e seu legado como símbolo da identidade sul-mato-grossense.

🌿 Cultura, educação e inclusão

A Bienal Pantanal é mais do que um espaço de compra e venda de livros — é um movimento pela leitura, pela diversidade cultural e pela democratização do acesso ao conhecimento. Escolas, universidades, artistas independentes e coletivos culturais terão presença marcante na programação.

📅 De 4 a 12 de outubro de 2025
📍 Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo – Parque dos Poderes, Campo Grande (MS)
🎟️ Entrada gratuita

A literatura vai ocupar Campo Grande!
Participe da Bienal do Livro de Mato Grosso do Sul e viva essa celebração da palavra, da imaginação e do Pantanal.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Câmara aprova isenção de IR para salários de até R$ 5 mil; alta renda terá aumento na tributação

 


A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (1º), o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. O texto, de autoria do governo Lula, foi aprovado por unanimidade, com 493 votos favoráveis — incluindo toda a oposição.

A proposta segue agora para análise do Senado, onde o governo espera manter a ampla maioria obtida na Câmara. Caso seja aprovado, Lula cumprirá uma das principais promessas de campanha.

Quem ganha até R$ 5 mil

Atualmente, a isenção do IRPF vale apenas para rendas de até R$ 3.036. Com a mudança, cerca de 10 milhões de trabalhadores deixarão de pagar imposto.

Faixa intermediária: R$ 5 mil a R$ 7.350

O projeto também prevê descontos progressivos para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350, evitando que trabalhadores com renda logo acima da isenção tenham prejuízo no salário líquido.

Quem vai pagar mais

Para compensar a queda na arrecadação, haverá aumento da taxação sobre os mais ricos. O PL cria uma alíquota mínima para quem recebe acima de R$ 50 mil mensais. Essa taxa sobe gradualmente até chegar a 10% para rendimentos acima de R$ 100 mil.

Hoje, o grupo que está entre os 0,1% mais ricos do país — cerca de 200 mil pessoas, com renda média mensal de R$ 392 mil — paga em média 7,4% de IRPF. Com a nova regra, esse percentual sobe para, no mínimo, 10%.

Profissionais que atuam como pessoa jurídica

Atualmente, rendimentos distribuídos como dividendos são isentos de IRPF. Pela proposta, quem recebe mais de R$ 50 mil mensais em dividendos passará a ser tributado, com incidência mínima de 2,5% e chegando a 10% na faixa mais alta.

Impacto esperado

Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, cerca de 10 milhões de brasileiros serão beneficiados com isenção e descontos, enquanto a cobrança extra recairá sobre um pequeno grupo de alta renda — aproximadamente 0,2% da população.

O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), praticamente manteve o texto do governo, elaborado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Agora, o governo trabalha para que o Senado aprove a proposta rapidamente, garantindo a sanção presidencial ainda em 2025.

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Vale da Celulose impulsiona geração de empregos em Mato Grosso do Sul, mas crescimento traz novos desafios sociais

 

O Vale da Celulose, região criada oficialmente em maio deste ano pela Lei Estadual nº 6.404, já desponta como um dos motores da economia de Mato Grosso do Sul. Marcada pela expansão das plantações de eucalipto e pela instalação de grandes indústrias de celulose, a área formada por 13 municípios registrou a criação de 27.198 empregos formais apenas no primeiro semestre de 2025.

O número impressiona: equivale praticamente à população inteira de Costa Rica (28,7 mil habitantes), segundo estimativa do IBGE.

Saldo positivo de admissões

Entre janeiro e julho, os cinco principais municípios do polo – Água Clara, Bataguassu, Inocência, Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – contabilizaram 266.041 admissões e 238.843 desligamentos, conforme levantamento da Funtrab (Fundação do Trabalho de MS), com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

As vagas surgem em diferentes setores: indústria, comércio, serviços e construção civil. Contudo, a base da expansão está diretamente ligada à cadeia do eucalipto. A ocupação que mais contratou foi a de trabalhador de extração florestal, responsável pelo corte, classificação e reflorestamento. Em seguida aparecem motoristas de caminhão e alimentadores de linha de produção, funções essenciais no funcionamento das fábricas.

Ribas do Rio Pardo: epicentro da transformação

Em Ribas do Rio Pardo, a apenas 98 km de Campo Grande, o impacto da celulose é visível no dia a dia. “Em média, são oferecidas de 250 a 300 vagas todos os dias. E, graças a Deus, tem bastante demanda”, afirma o prefeito Roberson Luiz Moureira (PSDB).

O município, que tinha 23 mil moradores em 2020, já se aproxima dos 30 mil habitantes em 2025. Esse crescimento acelerado trouxe não apenas oportunidades, mas também déficit de moradia, pressão sobre escolas e necessidade de novos serviços urbanos. Para mitigar o problema, a Suzano entregou 954 unidades habitacionais, enquanto outros projetos, incluindo a construção de mais 600 casas, estão em andamento.

De acordo com a Funtrab, entre 2020 e 2025, Ribas registrou 58.868 admissões e 52.803 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 6.065 empregos formais.

Inocência: de pacata a promissora

Com apenas 8,4 mil habitantes, o município de Inocência vivia um cenário de estagnação até pouco tempo atrás – inclusive com saldo negativo de empregos em 2022. O cenário mudou radicalmente com o anúncio da instalação de uma fábrica da chilena Arauco, gigante mundial do setor de celulose.

A pedra fundamental foi lançada em abril de 2025, em cerimônia que contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin. No pico das obras, a previsão é de 14 mil empregos diretos e indiretos. Quando a fábrica entrar em operação, serão seis mil vagas permanentes, transformando a cidade em um novo polo industrial.

Em 2024, antes mesmo da obra, o município já havia registrado saldo positivo de 1.525 empregos, puxados principalmente pelo setor de serviços, que se aqueceu com a expectativa do empreendimento.

Bataguassu: investimento bilionário da Bracell

Outra cidade que deve ter sua economia redesenhada é Bataguassu, com 23 mil habitantes. O município receberá a nova fábrica da Bracell, fruto de um investimento de R$ 16 bilhões.

Durante a fase de construção, a previsão é de 12 mil empregos diretos e indiretos, com expectativa de movimentar não apenas o mercado de trabalho, mas também o setor imobiliário e de serviços. Quando entrar em operação, a unidade deve gerar cerca de 2 mil postos permanentes.

Estruturação do polo regional

Além de Ribas do Rio Pardo, Inocência e Bataguassu, o Vale da Celulose reúne os municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Brasilândia, Cassilândia, Nova Alvorada do Sul, Paranaíba, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Três Lagoas.

A inclusão desses municípios consolida a região como um dos principais polos de geração de emprego e renda de Mato Grosso do Sul, ampliando a relevância do Estado no mapa nacional da celulose – setor estratégico para exportações brasileiras.

Crescimento econômico e desafios sociais

O ritmo acelerado do desenvolvimento, porém, vem acompanhado de novos desafios. A rápida urbanização pressiona serviços básicos como saúde, educação, transporte e habitação. Autoridades locais e estaduais têm buscado parcerias com as próprias empresas do setor para investir em infraestrutura.

De acordo com especialistas, a região caminha para se tornar um dos maiores complexos florestais e industriais do país, mas a consolidação do polo dependerá do equilíbrio entre crescimento econômico e sustentabilidade social.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Em alerta da Defesa Civil, na cidade de Campo Grande celulares irão tocar

 O teste faz parte de um projeto nacional busca salvar vidas em casos de tempestades, alagamentos e outros desastres naturais.


No próximo sábado (27), às 14h, celulares de moradores de Campo Grande vão tocar um alerta sonoro da Defesa Civil. O teste faz parte de um projeto nacional para prevenir mortes em casos de tempestades, alagamentos e outros desastres naturais.

O aviso será emitido em volume alto, mesmo se o celular estiver no modo silencioso. A Defesa Civil reforça que não será necessário pedir ajuda.

Campo Grande foi escolhida para integrar o projeto nacional da Defesa Civil, que testa novas formas de alertar a população em situações de risco.

Durante o teste, a mensagem que aparecerá nos celulares (Android e iOS) informará de forma clara que se trata apenas de uma simulação, para evitar confusão.

O sistema usado é o Cell Broadcast, tecnologia que envia mensagens de emergência para todos os celulares ativos na área, mesmo em modo silencioso. O alerta será disparado pela Defesa Civil Nacional.



“É natural que o som cause estranhamento, mas pedimos calma. Basta clicar em ‘OK’ para confirmar o recebimento da mensagem. Esse simples gesto ajuda a aprimorar o sistema, que no futuro pode fazer a diferença em situações reais de perigo”, disse o coordenador da Defesa Civil em Campo Grande, Enéas de Carvalho Netto.

A Defesa Civil pede que a população não ligue para os telefones de emergência — 192 (SAMU), 193 (Bombeiros) e 199 (Defesa Civil) — durante o teste, para não atrapalhar atendimentos reais.

O Cell Broadcast já é usado em outros países para avisos de terremotos, tsunamis e até conflitos armados. No Brasil, o sistema já foi testado no Rio Grande do Sul e em áreas litorâneas com risco de deslizamentos.

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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Manifestação pela democracia reúne centenas em Campo Grande


Na manhã deste domingo, a Praça Ary Coelho, em Campo Grande (MS), foi palco de um ato em defesa da democracia e da responsabilização de quem atenta contra o Estado de Direito. Centenas de cidadãos se reuniram no centro da capital para reafirmar que justiça e memória são fundamentais para que episódios de violência política não se repitam.

Com faixas, cartazes e músicas, manifestantes lembraram que o país precisa de instituições fortes, capazes de investigar e julgar de forma justa todos os que ameaçam a ordem democrática. O encontro teve a participação de coletivos, sindicatos, movimentos sociais e famílias, que reforçaram a importância de participação popular na defesa das liberdades e conquistas sociais.

“A democracia só se mantém viva quando a sociedade se mobiliza. Hoje mostramos que Campo Grande também está atenta e quer um futuro mais seguro e plural”, disse uma das pessoas presentes.

O ato encerrou-se em clima pacífico, com gritos de "Sem anistia a golpistas!" e "Bolsonaro na prisão"  além de palavras de incentivo para que a população siga vigilante e comprometida com os valores democráticos

domingo, 7 de setembro de 2025

✊ O Grito dos Excluídos: história de resistência


O Grito dos Excluídos surgiu em 1995, inspirado pela Campanha da Fraternidade, como uma voz contra as desigualdades do Brasil. Realizado todos os anos em 7 de setembro, o movimento propõe um questionamento que ainda ecoa: Independência para quem?

Em diferentes cidades, trabalhadores, estudantes, movimentos sociais e religiosos se unem para reivindicar direitos como moradia, dignidade, justiça social e igualdade. Mais que uma manifestação, o Grito é um espaço de resistência, onde os invisíveis da sociedade encontram voz.


Neste domingo, 7 de setembro de 2025, a tradicional manifestação do Grito dos Excluídos, realizada após o desfile cívico de Independência, foi marcada por momentos de tensão na Rua 13 de Maio, em Campo Grande. Após o desfile cívico, manifestantes foram impedidos de avançar e a Polícia Militar usou spray de pimenta contra o grupo.

Entre os manifestantes estavam autoridades como os deputados Vander Loubet (PT), Zeca do PT, e o superintendente da SPU no MS, Tiago Botelho. Ao tentar passar, Botelho foi atingido por spray de pimenta e já anunciou que pretende processar a corporação nesse episódio.

O protesto, que expressou demandas como “Sem anistia. Eu quero ver Bolsonaro na prisão”, seguiu de forma conturbada. Um participante foi detido por portar um facão, uma enxada e entorpecentes — itens que, segundo o movimento, são comuns em manifestações ligadas à luta popular, ainda que tenham sido desaconselhados neste ato.

O episódio reacende a pergunta que move o movimento desde sua origem: qual é o espaço para a voz dos excluídos no Brasil?

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

ETAPAS DO JULGAMENTO DE BOLSONARO E SEUAS ALIADOS: O QUE ESPERAR ESTA SEMANA NO STF?


O Supremo Tribunal Federal (STF) começa, nesta terça-feira (2), um dos julgamentos mais aguardados da história recente do país. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus respondem por suposta participação na tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022.

Entre os acusados estão nomes de peso do governo anterior, como os generais Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, o almirante Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) atribui ao grupo a formação de um “núcleo crucial” da trama golpista, que teria atuado para minar o resultado das eleições e articular medidas contra o Estado Democrático de Direito.

Os crimes em julgamento

Os réus respondem por uma série de acusações graves:

  • Tentativa de golpe de Estado

  • Organização criminosa armada

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

  • Dano qualificado

  • Deterioração de patrimônio tombado

Como será o julgamento

O processo será conduzido pela Primeira Turma do STF, em um total de oito sessões já programadas. O rito inclui a leitura do relatório, a manifestação da PGR, as sustentações orais das defesas e, por fim, a votação dos ministros.

Todas as etapas poderão ser acompanhadas ao vivo pela TV Justiça, pelo canal oficial do STF no YouTube e por emissoras de televisão, como a CNN Brasil. O esquema de segurança em Brasília foi reforçado para garantir a tranquilidade das sessões.

Programação das sessões

As sessões acontecem nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, sempre em turnos da manhã e, em alguns dias, também no período da tarde. A expectativa é que o julgamento seja concluído no dia 12 de setembro, mas há possibilidade de prorrogação caso ocorram pedidos de vista ou embargos.

A SEGUIR UMA TABELA PARA QUE POSSA ACOMPANHAR OS EVENTOS:





segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Campo Grande tem manhã de manifestações pró-Bolsonaro e críticas ao STF com motociata, carreata e discursos na Praça do Rádio

Campo Grande (MS), 3 de agosto de 2025 — A capital sul-mato-grossense foi palco de manifestações democráticas neste sábado (3), reunindo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e lideranças políticas ligadas à direita conservadora. Os atos ocorreram ao longo da manhã e reuniram centenas de participantes em diferentes pontos da cidade, com motociata, carreata e discursos na Praça do Rádio Clube.

 

A programação teve início às 9h30 com concentração de motociclistas em frente ao Buffet Yotedy. A motociata contou com mais de 300 motocicletas, que percorreram as avenidas da cidade até se somarem à carreata, iniciada por volta das 10h30 na Praça do Rádio. Cerca de 1.500 veículos participaram do buzinaço, que seguiu pela Avenida Afonso Pena até as imediações do Parque das Nações Indígenas. Bandeiras do Brasil, camisetas verde-amarelas e faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) marcaram o tom do protesto.

No canteiro central da Afonso Pena foi inflado um boneco gigante de Jair Bolsonaro, um dos símbolos visuais do ato. Moradores de prédios ao redor manifestaram apoio ao movimento com bandeiras do Brasil nas sacadas, enquanto um apoiador solitário do presidente Lula (PT) reagia com gestos obscenos e xingamentos.

Os atos foram organizados por lideranças locais, com presença destacada dos deputados federais Marcos Pollon (PL) e Rodolfo Nogueira (PL), do deputado estadual Coronel David (PL), dos vereadores Rafael Tavares (PL) e Ana Portela (PL), além da 1º Suplente de Vereador e líder do movimento JuntosMS, Cassy Monteiro (PL).

 

Durante os discursos, as críticas ao Judiciário, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, dominaram os discursos. O deputado federal Rodolfo Nogueira chamou atenção para a situação dos presos pelos atos de 8 de janeiro, classificando as detenções como injustas. Já Marcos Pollon acusou os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, de conivência com abusos de poder, e declarou que “eleição sem Bolsonaro é ditadura”. Pollon ainda afirmou que não desistirá de sua luta política, mesmo que isso “lhe custe a carreira”.

Outro momento de destaque foi o discurso do deputado estadual João Henrique Catan, que agradeceu a presença da população e relatou pressões sofridas por desembargadores e juízes para não comparecerem ao ato. “O supremo é o povo”, disse, ao incitar os presentes a gritarem palavras de ordem contra Moraes.

Os manifestantes defenderam a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, considerada por eles um instrumento legítimo para denunciar abusos de autoridade e violações de direitos humanos. A lei, originalmente criada nos Estados Unidos, permite sanções contra indivíduos envolvidos em corrupção e violações de direitos.


 Com forte presença popular e apoio de lideranças políticas locais e nacionais, o ato em Campo Grande fez parte de uma mobilização nacional coordenada por grupos conservadores como o movimento “Reaja Brasil”, que promoveu eventos simultâneos em outras capitais do país.


 Novas manifestações foram convocadas para ocorrer em 7 de setembro de 2025, data com histórico de grandes manifestações da direita e peso simbólico por ser o dia da independência do Brasil.