Manifestantes em apoio à causa palestina - foto: Antônio da Silva |
Na manhã deste domingo (15), cerca de 50 pessoas se reuniram na Praça Ary Coelho, região central de Campo Grande (MS), em um ato de solidariedade ao povo palestino. A manifestação foi organizada pelo CSPP-MS (Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino de Mato Grosso do Sul) e teve como principal reivindicação o rompimento das relações diplomáticas, comerciais e militares do Brasil com Israel.
Com cartazes e gritos de ordem como “Israel assassina” e “Chega de chacina: PM na favela e Israel na Palestina”, os manifestantes pediram um posicionamento mais firme do governo federal frente ao conflito em Gaza, denunciando o que consideram ser um genocídio em curso.
Entre os participantes, estava Ashjan Sadique Adi, filha de palestinos, doutora em psicologia e secretária de Relações Acadêmicas da FEPAL (Federação Árabe-Palestina do Brasil). Em sua fala, destacou a gravidade da situação vivida pela população palestina:
“Já são 616 dias de genocídio praticamente ininterrupto. O que pedimos é que o governo Lula rompa imediatamente todas as relações com Israel. Precisamos de ajuda humanitária, de comida, água, acesso à saúde. Essa catástrofe precisa acabar.”
Ashjan Sadique Adi (ao centro) com a Deputada Federal Camila Jara e Vereador Jean Ferreira (à direita) - foto: Antônio da Silva |
Outro representante do movimento, Yuki, coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no MS, criticou a presença de autoridades sul-mato-grossenses em território israelense em meio ao agravamento do conflito no Oriente Médio:
“Estamos aqui também para questionar o envio de uma comitiva estadual a Tel Aviv, supostamente para intercâmbio técnico. Sabemos que Israel é referência em táticas de repressão e violência. Qual o objetivo de trazer esse tipo de conhecimento para o nosso Estado?”, indagou.
Yuki, coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no MS - foto: Antônio da Silva |
A engenheira ambiental Bruna Freire, de 25 anos, também participou do ato. Para ela, a manifestação faz parte de uma mobilização internacional:
“Estamos unidos a outros 31 países que marcham por Gaza. É preciso que a sociedade ouça a voz dos palestinos, que estão sendo mortos diariamente. Israel impede até mesmo a entrada de água e alimentos, violando o direito internacional.”
Bruna Freire discursando para os participantes do evento. - foto: Antônio da Silva |
Comitiva de MS está em Israel
Em paralelo ao protesto, três representantes do governo de Mato Grosso do Sul estão em Israel durante o acirramento do conflito com o Irã. Estão no país o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia, Ricardo Senna; a secretária-adjunta da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Christinne Maymone; e Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da mesma pasta. A viagem, prevista entre os dias 7 e 14 de junho, integra uma missão oficial do Consórcio Brasil Central, com apoio da Embaixada de Israel no Brasil.
O objetivo da visita, segundo o governo estadual, é fortalecer a cooperação internacional e promover o intercâmbio de experiências nas áreas de inovação, saúde e segurança.
Cartazes com frases como “Lula, rompa relações com Israel” e “Pelo fim do genocídio em Gaza” foram levantados ao longo da mobilização, que transcorreu de forma pacífica.
Escalada do conflito
A manifestação ocorre em meio à escalada das tensões no Oriente Médio. No último dia 12, Israel lançou ataques contra instalações nucleares no Irã, em Teerã, que deixaram ao menos 78 mortos. Em retaliação, o Irã disparou mais de cem mísseis e drones contra território israelense, ativando sistemas de defesa como o Domo de Ferro. O confronto reacendeu mobilizações em diversos países, inclusive no Brasil, em apoio à causa palestina.
Manifestantes em ato de apoio à causa palestina. - foto: Antônio da Silva |
O ato foi encerrado por volta das 11h45 e novas mobilizações estão sendo programadas caso o cenário internacional continue se agravando.
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