segunda-feira, 16 de junho de 2025

Manifestantes em Campo Grande pedem rompimento de relações entre Brasil e Israel

 

Manifestantes em apoio à causa palestina - foto: Antônio da Silva

Na manhã deste domingo (15), cerca de 50 pessoas se reuniram na Praça Ary Coelho, região central de Campo Grande (MS), em um ato de solidariedade ao povo palestino. A manifestação foi organizada pelo CSPP-MS (Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino de Mato Grosso do Sul) e teve como principal reivindicação o rompimento das relações diplomáticas, comerciais e militares do Brasil com Israel.

Com cartazes e gritos de ordem como “Israel assassina” e “Chega de chacina: PM na favela e Israel na Palestina”, os manifestantes pediram um posicionamento mais firme do governo federal frente ao conflito em Gaza, denunciando o que consideram ser um genocídio em curso.

Entre os participantes, estava Ashjan Sadique Adi, filha de palestinos, doutora em psicologia e secretária de Relações Acadêmicas da FEPAL (Federação Árabe-Palestina do Brasil). Em sua fala, destacou a gravidade da situação vivida pela população palestina:

“Já são 616 dias de genocídio praticamente ininterrupto. O que pedimos é que o governo Lula rompa imediatamente todas as relações com Israel. Precisamos de ajuda humanitária, de comida, água, acesso à saúde. Essa catástrofe precisa acabar.”

Ashjan Sadique Adi (ao centro) com a Deputada Federal Camila Jara e Vereador Jean Ferreira (à direita) - foto: Antônio da Silva

Outro representante do movimento, Yuki, coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no MS, criticou a presença de autoridades sul-mato-grossenses em território israelense em meio ao agravamento do conflito no Oriente Médio:

“Estamos aqui também para questionar o envio de uma comitiva estadual a Tel Aviv, supostamente para intercâmbio técnico. Sabemos que Israel é referência em táticas de repressão e violência. Qual o objetivo de trazer esse tipo de conhecimento para o nosso Estado?”, indagou.

Yuki, coordenador do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino no MS - foto: Antônio da Silva

A engenheira ambiental Bruna Freire, de 25 anos, também participou do ato. Para ela, a manifestação faz parte de uma mobilização internacional:

“Estamos unidos a outros 31 países que marcham por Gaza. É preciso que a sociedade ouça a voz dos palestinos, que estão sendo mortos diariamente. Israel impede até mesmo a entrada de água e alimentos, violando o direito internacional.”

Bruna Freire discursando para os participantes do evento. - foto: Antônio da Silva

Comitiva de MS está em Israel

Em paralelo ao protesto, três representantes do governo de Mato Grosso do Sul estão em Israel durante o acirramento do conflito com o Irã. Estão no país o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia, Ricardo Senna; a secretária-adjunta da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Christinne Maymone; e Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da mesma pasta. A viagem, prevista entre os dias 7 e 14 de junho, integra uma missão oficial do Consórcio Brasil Central, com apoio da Embaixada de Israel no Brasil.

O objetivo da visita, segundo o governo estadual, é fortalecer a cooperação internacional e promover o intercâmbio de experiências nas áreas de inovação, saúde e segurança.

 Cartazes com frases como “Lula, rompa relações com Israel” e “Pelo fim do genocídio em Gaza” foram levantados ao longo da mobilização, que transcorreu de forma pacífica.

Escalada do conflito

A manifestação ocorre em meio à escalada das tensões no Oriente Médio. No último dia 12, Israel lançou ataques contra instalações nucleares no Irã, em Teerã, que deixaram ao menos 78 mortos. Em retaliação, o Irã disparou mais de cem mísseis e drones contra território israelense, ativando sistemas de defesa como o Domo de Ferro. O confronto reacendeu mobilizações em diversos países, inclusive no Brasil, em apoio à causa palestina.

Manifestantes em ato de apoio à causa palestina. - foto: Antônio da Silva

O ato foi encerrado por volta das 11h45 e novas mobilizações estão sendo programadas caso o cenário internacional continue se agravando.

 

 

 

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