Na manhã deste sábado (29), cerca de 200 pessoas se reuniram na Praça do Rádio, no centro de Campo Grande, para participar da manifestação “Sem Anistia”. O protesto teve como principal pauta a oposição ao perdão dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e também relembrou a violência da ditadura militar brasileira, que completa 61 anos na próxima segunda-feira (31).
O evento faz parte de um movimento nacional, organizado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, com manifestações em diversas capitais do país. Entre os presentes estavam figuras políticas como a vereadora Luiza Ribeiro (PT) e o deputado estadual Pedro Kemp (PT).
Debates sobre a ditadura e a importância da democracia
Durante o ato, manifestantes discutiram os impactos da ditadura militar, relembrando casos emblemáticos de violência, como o assassinato do estudante Edson Luís em 1968, no Rio de Janeiro. O estudante de medicina Edy Sanches destacou que a história do Brasil já demonstrou que a anistia a golpistas pode ter consequências graves no futuro:
“Houve uma tentativa de golpe em 1961, que terminou na consumação do golpe em 1964. A anistia se mostrou prejudicial à democracia, pois permitiu que crimes ficassem impunes. Hoje, lutamos para que não se repita o erro do passado.”
O engenheiro de computação ressaltou ainda a necessidade de responsabilizar os envolvidos nos atos antidemocráticos recentes para garantir a manutenção do Estado Democrático de Direito:
“A prisão dos envolvidos nos ataques à democracia é essencial para assegurar nossas liberdades individuais e a possibilidade de manifestações pacíficas no futuro.”
Outros atos ao longo da semana
O coordenador da Associação de Advogados Pela Democracia, Lairson Rui Palermo, avaliou que a manifestação foi bem-sucedida e adiantou que outros eventos ocorrerão nos próximos dias para reforçar a importância da memória, verdade e justiça.
Confira a programação da semana:
📅 Segunda-feira (31/03): Exibição do documentário Um dia que durou 21 anos na Associação dos Docentes da UFMS.
📅 Terça-feira (1º/04): Ato público às 17h30, em frente ao Ministério Público Federal, pedindo reparação às vítimas da ditadura encontradas em MS.
📅 Quarta-feira (2/04): Plenária na UFMS sobre memória, verdade e justiça.
📅 Sexta-feira (4/04): Apesar de Você – evento sobre música como forma de resistência durante a ditadura, na UFMS.
A defesa da democracia segue como uma pauta essencial para o país, reforçando que a luta contra a impunidade e o autoritarismo precisa estar sempre presente na sociedade brasileira.