quinta-feira, 24 de julho de 2025

Manifestantes realizam adesivaço em apoio a Bolsonaro em Campo Grande - Mobilização ocorre após determinação do STF impor uso de tornozeleira eletrônica e medidas cautelares ao ex-presidente

 

Um grupo de manifestantes promoveu, na noite desta quarta-feira (23), um adesivaço na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (MS), em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ação integra uma série de mobilizações organizadas por apoiadores após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs ao ex-presidente o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares no âmbito de investigação conduzida pela Polícia Federal.

O ato, realizado em frente ao shopping Campo Grande, na principal via da capital sul-mato-grossense, contou com a presença de cerca de 45 pessoas, que distribuíram adesivos com mensagens como “Fora Lula”, “#ForaMoraes” e pedidos de anistia. A manifestação começou por volta das 18h e terminou por volta das 19h30.

A vereadora Ana Portela (PL), presente no local, classificou a situação de Bolsonaro como “perseguição política” e destacou o voto divergente do ministro Luiz Fux, que se posicionou contra as medidas cautelares. “Esse movimento é genuíno, vem do povo que está inconformado”, afirmou.

Também presente, o vereador Rafael Tavares (PL) declarou que o protesto faz parte de uma mobilização nacional organizada por apoiadores do ex-presidente. Segundo ele, a expectativa é de que o movimento ganhe força nas próximas semanas. “Não existe democracia sem oposição”, disse, ao criticar as medidas judiciais impostas a Bolsonaro. Tavares também cobrou posicionamento público de políticos de direita, afirmando que, nas eleições de 2026, irá lembrar os nomes de quem se omitiu neste momento.

Estratégia nacional

Na última segunda-feira (21), o Partido Liberal anunciou três metas voltadas à mobilização em defesa de Jair Bolsonaro. Entre as ações previstas estão manifestações em diversas cidades até o dia 3 de agosto, quando deve ocorrer um buzinaço em Campo Grande.

Outra prioridade definida pela legenda é a defesa da anistia para os envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, além do apoio à PEC 333, que propõe o fim do foro por prerrogativa de função para crimes comuns. A proposta deverá ser discutida no Congresso após o recesso parlamentar, segundo informou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

Medidas judiciais

Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal na última sexta-feira (18), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. As medidas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h) e nos fins de semana, proibição de contato com outros investigados, incluindo seu filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e restrições ao uso de redes sociais e à aproximação de embaixadas.

Segundo a investigação, as medidas visam prevenir possíveis ações de coação no curso do processo, obstrução de justiça e risco à soberania nacional. A operação ocorreu após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR) e incluiu mandados de busca e apreensão em imóveis de Bolsonaro em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL.

Durante a ação, a PF apreendeu cerca de US$ 14 mil em espécie na residência do ex-presidente. O montante está sendo analisado para verificar eventual relação com tentativa de fuga.

A defesa de Bolsonaro divulgou nota informando que ele “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e ressaltou que “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. Até o momento, o partido não se manifestou oficialmente sobre a operação. As medidas judiciais integram a Petição nº 14129, em tramitação no STF.

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